INTRODUÇÃO
As reações químicas têm como um de seus aspectos mais
importantes a variação energética que as acompanha.
A energia dos alimentos e a da queima dos combustíveis
fósseis, que são utilizados diretamente pelo homem, por
exemplo, são fontes secundárias de energia, pois a fonte
primária de energia do nosso planeta é o Sol. A energia
transferida pelo Sol é acumulada, principalmente, nos
vegetais pelo processo fotossintético, em que há a
transformação de energia luminosa em energia química
(associada a ligações químicas das substâncias).
Quando uma reação química ocorre, há quebra e formação
de ligações e, consequentemente, liberação ou absorção
dessa energia sob a forma de energia térmica.
A Termoquímica é a parte da Termodinâmica que estuda
especificamente as quantidades de energia térmica
transformadas ou trocadas entre o sistema e o meio durante
uma reação química.
Antes de começarmos a estudar os efeitos energéticos que
acompanham as reações químicas, são necessários alguns
conceitos básicos que vêm a seguir
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Universo, sistema e vizinhança
Tudo aquilo que é objeto de estudo ou de observação
será denominado sistema. Os arredores de um sistema são
denominados meio ou vizinhança. Existe um limite físico que
separa o sistema da vizinhança, a fronteira.
O conjunto formado por sistema, vizinhança e fronteira é
denominado universo. Veja o esquema a seguir:
Tipos de sistemas
Os sistemas podem ser classificados em três tipos: aberto,
fechado ou isolado.
Um sistema aberto é aquele que não apresenta fronteiras
e pode trocar massa e energia com a vizinhança. Exemplo: Um copo, sem tampa, com água vaporizando.
Um sistema fechado é aquele que apresenta fronteiras e não
pode trocar massa, mas pode trocar energia com a vizinhança.
Exemplos: Um copo, com tampa, com água vaporizando;
uma bolsa térmica.
Quando um sistema é isolado, as suas fronteiras não
permitem a troca de massa e de energia entre sistema e
vizinhança.
Exemplo: Café no interior da cafeteira térmica.
Temperatura
A temperatura é a medida da energia cinética média ou do
grau de agitação das partículas formadoras de um sistema.
Quanto maior a temperatura, maiores são a energia cinética
média e o grau de agitação das partículas de um sistema.
Pelas definições de energia cinética, temos:
· ⇒ Termodinamicamente:
Ec = KT
· ⇒ Mecanicamente: Ec = mv2
2
· ⇒ Igualando-se
as duas equações: KT = mv2 ∴ T ∝
v2
2
A temperatura é
diretamente proporcional ao quadrado da velocidade média das partículas de um
sistema. Assim, em relação a dois sistemas A e B, pode-se concluir que:
ECA
> ECB ∴ TA > TB
OBSERVAÇÃO
• Quando um corpo absorve energia térmica, nem sempre
haverá aumento de temperatura, pois esta pode ser
utilizada apenas para aumentar a energia potencial de
suas partículas sem aumentar a energia cinética.
CALOR
A energia térmica trocada entre dois sistemas é
denominada calor ou energia calorífica. O calor só é
verificado na transmissão de energia entre dois corpos
com diferentes temperaturas, sempre do corpo de maior
temperatura para o de menor temperatura. Dessa forma,
podemos redefinir calor classificando-o como energia térmica
em trânsito. Veja o exemplo:
O calor se propaga do corpo A para o corpo B.
Após algum tempo, estabelece-se o equilíbrio térmico entre eles (mesma temperatura ambos).
Daí, surge o Princípio Zero da Termodinâmica.:
Dois corpos em contato atingirão o equilíbrio térmico
quando possuírem a mesma temperatura, ou seja, a mesma energia cinética média
entre suas partículas constituintes
As unidades de
medida de calor são:
• Joule (J) ⇒
é a unidade de medida utilizada pelo Sistema Internacional (SI). Um joule (1J)
é o trabalho realizado por uma força de um Newton (1N), que, ao ser aplicada a
um corpo, o deslocará por uma distância de um metro na direção de aplicação da
força.
1kJ = 1000J
• Caloria (cal) ⇒
uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar de 1ºC a temperatura
de 1g de água de 14,5ºC para 15,5ºC.
1 kcal = 1000cal.
Fatores de
conversão:
1J = 0,239cal
1cal = 4,184 J
Observe que há
equivalência entre energia e trabalho na definição de joule, porque, apesar de
não ser definida, a energia pode ser conceituada como a capacidade de realizar
trabalho.
Entalpia
(H)
Como
a maioria das reações químicas ocorre em sistemas abertos em contato com a
atmosfera, e admitindo-se que a pressão atmosférica se mantém constante no
local onde se realiza a reação, o calor trocado entre o sistema e a vizinhança
é denominado entalpia.
Entalpia à Calor à pressão constante.
A
entalpia de um sistema corresponde à energia cinética de suas moléculas e à
energia potencial dos elétrons e dos núcleos dos átomos formadores das
moléculas. Após uma transformação, a entalpia do sistema é alterada.
A
entalpia é uma função de estado, pois é uma grandeza que não depende dos
estados intermediários pelos quais passa a reação, mas sim de seus estados
inicial e final.
Definiremos variação de
entalpia (∆H) como: ∆H = Hfinal –
Hinicial
Para
os processos I, II e III, temos o mesmo ∆H, pois os estados final e inicial são
os mesmos.
Em
uma reação, o estado final corresponde aos produtos, enquanto o estado inicial
corresponde aos reagentes.
inicial ⇒
final
reagentes ⇒
produtos
Assim:
∆H = Hprodutos
– Hreagentes
REAÇÕES
EXOTÉRMICAS E ENDOTÉRMICAS
Em
reações químicas, o ∆H pode assumir os seguintes valores: ∆H > 0 ou ∆H <
0, o que determina o tipo de reação, endotérmica ou exotérmica, respectivamente.
OBSERVAÇÃO
•
Em uma reação, o ∆H não poderá ser igual a zero, pois, se isso ocorrer, o
conteúdo energético total dos reagentes e dos produtos será o mesmo, o que só
ocorrerá se os produtos e os reagentes forem iguais. Isso acontecerá quando não
houver uma reação, já que os reagentes não se transformaram.
Exotérmicas
Reações
exotérmicas são aquelas que liberam energia térmica.
Os
reagentes são mais energéticos do que os produtos. A energia liberada pelo
sistema promove o aumento da temperatura do meio. ∆H < 0, logo Hp <
Hr
Durante
as reações exotérmicas, a energia potencial média das partículas formadoras do
sistema diminui. Consequentemente, ocorre um aumento da energia cinética média
das partículas formadoras do sistema e, portanto, um aumento da temperatura do
sistema.
Como
a temperatura do sistema é maior do que a temperatura da vizinhança, parte da
energia cinética do sistema é liberada para a vizinhança, diminuindo a temperatura
do sistema e aumentando a temperatura da vizinhança, até que haja o equilíbrio
térmico entre os dois.
Após
o estabelecimento do equilíbrio térmico, as temperaturas do sistema e da
vizinhança são iguais, porém maiores do que as temperaturas iniciais dos
mesmos. Ou seja,
um
processo exotérmico aumenta a temperatura do sistema e a da vizinhança.
Endotérmicas
Reações
endotérmicas são aquelas que absorvem energia térmica. Os reagentes são menos
energéticos que os produtos. A energia absorvida pelo sistema promove a
diminuição da temperatura da vizinhança.
∆H
> 0, logo Hp > Hr
Durante
as reações endotérmicas, a energia potencial média das partículas formadoras do
sistema aumenta. Consequentemente, ocorre uma diminuição da energia cinética
média das partículas formadoras do sistema e, portanto, uma diminuição da
temperatura do sistema.
Como
a temperatura do sistema é menor do que a temperatura da vizinhança, parte da
energia cinética da vizinhança é absorvida pelo sistema, aumentando a
temperatura do sistema e diminuindo a da vizinhança, até que haja o equilíbrio
térmico entre os dois.
Após
o estabelecimento do equilíbrio térmico, as temperaturas do sistema e da
vizinhança são iguais, porém menores do que as temperaturas iniciais dos
mesmos. Ou seja, um processo endotérmico diminui a temperatura do sistema e a da vizinhança.
Variação
de energia térmica em processos físicos
Os
processos físicos que ocorrem com variação de temperatura são classificados
como exotérmicos ou endotérmicos.
Nos
processos físicos endotérmicos, ocorre um aumento na energia potencial do
sistema devido à diminuição da intensidade das interações coesivas entre as
partículas que o formam. Caso o sistema seja isolado durante o processo físico
endotérmico, ocorrerá uma diminuição da energia cinética média das partículas
e, consequentemente, de sua temperatura. Exemplo: A vaporização da água.
Nos
processos físicos exotérmicos, ocorre uma diminuição na energia potencial do
sistema devido ao aumento da intensidade das interações coesivas entre as
partículas que o formam. Caso o sistema seja isolado durante o processo físico
exotérmico, ocorrerá um aumento da energia cinética média das partículas e,
consequentemente, de sua temperatura. Exemplo: A condensação do vapor de água.
CALORES DE REAÇÕES
EQUAÇÕES TERMOQUÍMICAS
Uma equação termoquímica, para representar corretamente
uma reação química, deve estar devidamente balanceada,
conter reagentes e produtos com seus respectivos estados
físicos ou alotrópicos, conter o valor da variação de entalpia,
e ter especificada as condições de pressão e temperatura
nas quais a reação se processa.
CALORES DE REAÇÃO
Calor de reação é a energia liberada ou absorvida em uma
reação química, ou seja, é o ∆H da reação.
Dependendo do tipo da reação, podemos definir o calor.
Porém, antes de passarmos aos calores de reação, vamos
definir entalpia padrão.
Experimentalmente,
é praticamente impossível determinar a entalpia absoluta dos reagentes e dos
produtos. Para resolver esse problema, estabeleceu-se uma escala arbitrária de
entalpia em que o padrão é determinado pelos elementos químicos em sua forma
mais estável a 25ºC e 1atm, que receberam o valor de entalpia zero (H = 0). A
determinação de todas as demais entalpias dá-se em função desse padrão, cuja
representação é ∆Hº.
Formas alotrópicas
PRINCIPAIS TIPOS DE CALORES
DE REAÇÃO
Calor padrão de formação
É
a variação de entalpia verificada na reação de formação (síntese) de um mol de
moléculas de qualquer substância, a partir de substâncias simples dos elementos
que a compõem no estado padrão. A representação dessa variação de entalpia é
∆Hºf.
1. A reação CO(g)
+ 1/2 O2(g) → CO2(g) ∆Hº = –67,6 kcal.mol–1 é
de síntese de CO2, porém o valor –67,61 kcal.mol–1 não
corresponde ao ∆Hºf , pois o reagente CO não é uma substância
simples (tendo H ≠ 0).
2. A reação 3O2(g)
→ 2O3(g) ∆Hº = +34 kcal.mol–1 é de síntese de ozônio,
porém o valor +34 kcal.mol–1 não corresponde ao ∆Hºf,
pois foram formados 2 mol de ozônio. Para resolver esse problema, basta dividir
a equação dada por dois e obtemos: 3/2 O2(g) → O3(g) ∆Hºf
= +17 kcal.mol–1
3.
Experimentalmente, o que podemos medir é a variação de entalpia, e, para tal,
precisamos definir que algumas substâncias apresentam entalpia igual a zero.
Contudo, essas substâncias apresentam calor de formação igual a zero e conteúdo
energético diferente de zero. Estas possuem energia interna (energia cinética +
potencial) diferente de zero, mas, por convenção, sua entalpia de formação é
zero.
Calor
padrão de combustão
Combustão
Combustão
é uma reação de oxirredução exotérmica, suficientemente rápida, que ocorre para
produzir e alimentar uma chama, visível ou não.
As
reações de combustão são popularmente conhecidas como reações de queima.
Os
reagentes de uma combustão
Os
reagentes de uma combustão são denominados combustível e comburente.
• Combustível É a
substância que contém o elemento que sofre oxidação (aumento do NOx),
o agente redutor. No processo: S(s) + O2(g) → SO2(g)
o S(s) é o combustível, pois o NOx do enxofre varia
de zero para +4.
• Comburente É a
substância que contém o elemento que sofre redução (diminuição do NOx),
o agente oxidante. No processo: S(s) + O2(g) → SO2(g)
o O2(g) é o comburente, pois o NOx do oxigênio
varia de zero para −2.
O comburente mais
comum é o O2(g). Contudo, existem vários outros comburentes, como Cl2(g),
O3(g), H2O2(l), etc.
Em alguns sistemas
propelentes de foguetes, utiliza-se a combustão da hidrazina como fonte de
energia. Nessa reação, o peróxido de hidrogênio é o comburente.
N2H4(l)
+ 2H2O2(aq) → N2(g) + 4H2O(g)
ΔH = −642 kJ.mol–1
Algumas reações
que apresentam o O2(g) como reagente não são reações de combustão, pois são
endotérmicas, por exemplo:
N2(g) +
O2(g) → 2NO(g) ΔH = +180,5 kJ.mol–1
Algumas reações
que apresentam o O2(g) como reagente não são reações de combustão, pois são
lentas e, consequentemente, não produzem chama, por exemplo:
2Fe(s)
+ 3/2 O2(g) → Fe2O3(s) ΔH = −824,2 kJ.mol–1
Tipos de combustão
• Combustão
completa
É
toda combustão em que pelo menos um dos elementos formadores do combustível é
oxidado até atingir o seu NOx máximo, ou seja, os átomos desses elementos foram
oxidados ao máximo.
A combustão do
enxofre pode ser representada por:
S(s) +
3/2 O2(g) → SO3(g)
Nesse
processo, o elemento enxofre apresenta variação de NOx de zero para +6. Como o
NOx máximo do elemento enxofre é +6, trata-se, portanto, de uma combustão
completa.
A combustão do
álcool etílico pode ser representada por:
C2H6O(l)
+ 3O2(g) → 2CO2(g) + 3H2O(g)
Nesse
processo, o elemento carbono apresenta variação de NOx de +2 para +4. Como o
NOx máximo do elemento carbono é +4, trata-se, portanto, de uma combustão
completa.
Nos
dois exemplos apresentados, os produtos formados não são combustíveis, ou seja,
não podem sofrer uma nova combustão, pois os elementos enxofre e carbono
atingiram seu grau máximo de oxidação.
• Combustão incompleta
Combustão
incompleta é toda combustão em que algum dos elementos formadores do
combustível é oxidado, mas não atinge o seu NOx máximo. A combustão incompleta
do enxofre é representada por: S(s) +
O2(g) → SO2(g)
Nesse
processo, o elemento enxofre apresenta variação de NOx de zero para +4. O
dióxido de enxofre é uma substância que pode sofrer uma nova combustão, pois o
enxofre ainda não atingiu o seu estado máximo de oxidação.
SO2(g) +
1/2O2(g) → SO3(g)
As
combustões incompletas do álcool etílico podem ser representadas por:
C2H6O(l)
+ 2O2(g) → 2CO(g) + 3H2O(g)
C2H6O(l)
+ 2O2(g) → 2C(s) + 3H2O(g)
Em
ambos os casos, o elemento carbono não atinge o seu grau máximo de oxidação,
+4, e, portanto, os produtos CO(g) e C(s) ainda são combustíveis e podem participar
de uma nova combustão.
CO(g) + 1/2O2(g) →
CO2(g) C(s) + O2(g) → CO2(g)
Diferença
entre os ΔHs de combustão
As
combustões completas liberam mais energia que as combustões incompletas, pois
nelas há oxidação máxima do combustível, ou seja, os produtos formados nas
combustões completas apresentam um conteúdo energético menor (são mais
estáveis) do que os produtos formados nas combustões incompletas.
Definição
de calor padrão de combustão Calor padrão de combustão é a variação da entalpia
verificada na combustão completa de um mol de reagente a 25 ºC e 1 atm
Exemplos:
CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) +
2H2O(l) ∆Hºc = –212,8 kcal.mol–1
SO2(g) +
1/2 O2(g) → SO3(g) ∆Hºc = –27 kcal.mol–1
OBSERVAÇÕES
1. Quando o composto combustível possui carbono e
hidrogênio, o comburente (O2) só realizará uma combustão completa se
os produtos forem CO2 e H2O.
2. A reação 2NO(g) + O2(g) → 2NO2(g)
∆Hº = –27 kcal.mol–1 representa a combustão do NO, porém o
valor –27 kcal.mol–1 não representa o calor da combustão, pois
encontramos dois mols de combustível e não um, como na definição. Para
determinarmos o calor de combustão, basta dividirmos toda a equação por dois e
obteremos: NO(g) + 1 2 O2(g) → NO2(g) ∆Hº = –13,5 kcal.mol–1
FATORES QUE ALTERAM O VALOR
DA VARIAÇÃO DE ENTALPIA
Temperatura O valor de ∆H
varia com a temperatura, pois a quantidade de calor necessária para elevar a
temperatura dos produtos é diferente do calor necessário para elevar a
temperatura dos reagentes. ∆H (25 ºC) ≠ ∆H (30 ºC)
Pressão
A
pressão só influencia no valor de ∆H se o sistema for gasoso. Para sistemas
sólidos e / ou líquidos, haverá variação do ∆H de modo significativo a pressões
da ordem de 2000 atm.
Quantidade
de reagentes e produtos
O
∆H é proporcional à quantidade de reagentes e produtos que participam da
reação, devido ao fato de a energia química estar associada às ligações
químicas. Dobrando-se a quantidade de reagentes, dobra-se o número de ligações
e, consequentemente, o conteúdo energético.
Estado físico de
reagentes e produtos
O
conteúdo energético das três fases de agregação da matéria é diferente.
H(s)
< H(l) < H(g)
Dessa
forma, se trocarmos a fase de agregação de um reagente ou produto, teremos uma
mudança no valor de ∆H da reação.
Presença
do solvente
Todo
processo de dissolução acarreta uma liberação ou uma absorção de energia sob a
forma de calor. Assim, ao medirmos o ∆H de uma reação em meio a um solvente,
estamos medindo também o calor liberado ou absorvido no processo de dissolução.
Exemplo:
H2(g) + Cl2(g) à 2HCl(aq) ∆H = –80,2 kcal
É o ∆H obtido em meio aquoso que contém o calor de dissolução.
H2(g) + Cl2(g) → 2HCl(g) ∆H = –44,2
kcal
É o ∆H obtido sem a presença do solvente.
OBSERVAÇÃO
• A diferença 80,2
– 44,2 = 36 kcal corresponde ao calor devido à presença do solvente.
Forma
alotrópica
Ao
variarmos a forma alotrópica de um reagente ou produto em uma reação, estamos
alterando seu conteúdo energético, já que existem variações alotrópicas mais
estáveis (menos energéticas) e mais instáveis (mais energéticas).
CÁLCULOS
TEÓRICOS DO CALOR DE REAÇÃO
Há
uma dificuldade em medir, experimentalmente, com precisão o calor de reação de
um número muito grande de reações químicas. Daí surge a necessidade de se
calcular o ∆H, teoricamente, a partir de um número pequeno de informações experimentais.
Cálculo
do ∆H a partir do calor de formação
ENERGIA
DE LIGAÇÃO
CÁLCULO
DO ∆H A PARTIR DO CALOR DE LIGAÇÃO
A
energia de ligação é a energia necessária para romper ou formar um mol de
ligações no estado gasoso. Como a energia de ligação entre os átomos é
praticamente constante, qualquer que seja a substância da qual façam parte,
pode-se tabelar esses valores e calcular o ∆H de uma reação através da
expressão:
∆H = ∑∆Hligações
rompidas nos reagentes + ∑∆Hligações formadas nos produtos
Isso
é válido porque uma reação química consiste na quebra de ligações dos reagentes
para que haja um rearranjo atômico e formação de novas ligações dando origem
aos produtos.
Quando
dois átomos se ligam, estes tendem a adquirir estabilidade, ou seja, passar de
um estado de alta energia para um estado de baixa energia. Isso é conseguido
com a liberação de energia. Logo, a formação de ligações é um processo
exotérmico. Por outro lado, se houver rompimento de uma ligação, os átomos irão
absorver toda a energia que haviam liberado, voltando a uma situação de
instabilidade (processo endotérmico)
Quebra de ligações
→ processo endotérmico
Formação de
ligações → processo exotérmico
Os valores das
energias de ligação nos mostram o quanto uma ligação é mais estável do que
outra.
H—H ⇒
104 kcal
H—F ⇒ 34 kcal
Logo, a ligação
H—F é mais estável, “mais forte”, do que a ligação H—H, pois é necessária uma
maior quantidade de energia para rompê-la.
Quanto maior a
energia de ligação, maior será a força que une dois átomos.
LEI
DE HESS
Segundo
a Lei de Hess, a variação de entalpia (∆H) de uma reação depende,
exclusivamente, da entalpia final e da entalpia inicial dos produtos e dos
reagentes, respectivamente, seja a reação realizada em uma única etapa ou em
várias.
Com base nessa
lei, podemos calcular o ∆H de outras reações utilizando alguns artifícios
matemáticos.
Observe
que o ∆H da reação proposta foi obtido pela soma das equações e dos seus
respectivos calores de reação.
OBSERVAÇÕES
1. Os coeficientes
estequiométricos das reações poderão ser multiplicados ou divididos por um
determinado valor para alterá-las, a fim de calcular o ∆H da reação problema.
Porém, os ∆H das mesmas deverão ser multiplicados pelo mesmo valor.
2. Se a alteração
necessitar de uma inversão da equação termoquímica, o “sinal” do ∆H da reação
também deverá ser invertido.
Reação exotérmica
Gráficos termocinéticos
Reação exotérmica
Observe a interpretação feita para esse gráfico.
Quanto
menor a energia de ativação, mais rápida será a reação. Para que isso seja
verdade, as reações em análise devem estar nas mesmas condições de temperatura,
de pressão e de concentração molar. Sendo assim, no gráfico anterior, a etapa
mais rápida é a 4ª e a mais lenta é a 3ª.
AÇÃO
DE UM CATALISADOR
Sob a ação de um
catalisador, a reação ocorre por um outro caminho com menor energia de
ativação.
A reação catalisada pode
ocorrer por um caminho com várias etapas, em que cada uma delas possui uma
energia de ativação menor que na reação não catalisada.
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