A natureza da ligação química dependerá de como acontece o rearranjo dos elétrons na molécula formada.
Regra do octeto
Um átomo estará estável quando sua última camada possuir 8 elétrons (ou 2, caso se trate da camada K). Os átomos não estáveis unem-se uns aos outros a fim de adquirir essa configuração de estabilidade.
Apenas os gases nobres, nas condições ambientes, apresentam átomos estáveis isolados, isto é, não unidos a outros átomos.
Por que os átomos estabelecem ligações químicas?
Qualquer tipo de ligação química entre dois átomos só se estabelece se o arranjo resultante das interações entre seus núcleos e seus elétrons possuir energia mais baixa que a energia total dos átomos isolados. Assim, podemos dizer que os átomos se ligam para assumirem uma condição de
mais baixa energia.
Esse abaixamento de energia ocorre quando as ligações formadas estão relacionadas aos elétrons mais externos, principalmente os de valência. Podemos explicar um tipo particular de ligação química em termos da estrutura eletrônica dos átomos. Como a estrutura eletrônica está relacionada com a localização do elemento na tabela periódica, podemos prever o tipo e o número de ligações químicas que um elemento pode fazer a partir de seu grupo e período.
O modelo mais usado atualmente para prever ligações químicas é baseado nos trabalhos do químico americano G. N. Lewis. Esse cientista fez previsões sobre ligações antes mesmo da estrutura eletrônica dos átomos ter sido esclarecida, em 1916.
Ligação iônica
Os elétrons são transferidos de um átomo para outro dando origem a íons de cargas contrárias que se atraem.
Normalmente
reação química entre metais alcalinos (Li, Na, K) e halogênios (F, Cl) leva a
formação de sais que, se dissolvidos em solução aquosa, conduzem eletricidade.
Esta é uma evidência de que os sais são formados por íons.
Metais têm
tendência a formar cátions e não metais a formar ânions.
Sempre que um
elemento, que necessite doar elétrons para se estabilizar, se unir a outro, que
necessite recebê – los, a união se dará por ligação iônica.
No caso da
ligação iônica, a ligação química pode ser considerada como a interação
eletrostática entre dois íons
Propriedades dos
compostos iônicos
Uma regra pode
ser usada para identificar uma ligação iônica: ela se dá entre um metal (doador
de elétrons) e um ametal ou hidrogênio (receptor de elétrons).
Além dessa característica,
esse tipo de ligação apresenta:
· - estrutura
sólida formada por retículos cristalinos;
- elevadas temperaturas de fusão e ebulição; sendo assim, são sólidos à temperatura ambiente (25ºC). O cloreto de sódio (NaCℓ), por exemplo, a nível do mar, apresenta temperatura de fusão de 801ºC e temperatura de ebulição de 1465ºC;
- condutividade elétrica. Essa característica dá-se apenas quando o composto está na fase líquida ou em solução aquosa, pois nas duas situações os íons estão livres (separados). Os íons em movimento passam a ser responsáveis pela condutividade elétrica das substâncias iônicas.
- elevadas temperaturas de fusão e ebulição; sendo assim, são sólidos à temperatura ambiente (25ºC). O cloreto de sódio (NaCℓ), por exemplo, a nível do mar, apresenta temperatura de fusão de 801ºC e temperatura de ebulição de 1465ºC;
- condutividade elétrica. Essa característica dá-se apenas quando o composto está na fase líquida ou em solução aquosa, pois nas duas situações os íons estão livres (separados). Os íons em movimento passam a ser responsáveis pela condutividade elétrica das substâncias iônicas.
Ligação Covalente
Esse tipo de ligação ocorre quando os átomos envolvidos tendem a receber elétrons. É como se dois carros tivessem que dividir apenas quatro rodas.
No caso das
moléculas diatômicas como O2, N2, F2 e H2,
os dois átomos competem igualmente pelos elétrons. Deste modo, os elétrons são
compartilhados pelos dois átomos. Observamos que somente os elétrons de
valência, ou seja, aqueles que estão na última camada e, conseqüentemente, com
maior energia, estarão disponíveis para serem transferidos (como numa ligação
iônica) ou compartilhados (como na ligação covalente). Dois átomos iguais se
unem para compartilhar seus elétrons de valência.
A chamada regra
do octeto surge do fato de que quando os átomos doam, recebem ou compartilham
elétrons de tal forma que passam a apresentar configuração eletrônica
semelhante a dos gases nobres, eles tornam-se mais estáveis em relação a
tendência dos elétrons de escaparem do sistema, ou seja, o sistema como um todo
torna-se mais estável.
Propriedades dos
compostos moleculares
Uma regra pode
ser usada para uma ligação covalente. Ela se dá entre ametais (ametal -
ametal), um ametal e um hidrogênio ou entre hidrogênios (H-H).
Outras
características dos compostos que apresentam essa ligação são:
· - temperaturas
de fusão e ebulição baixas, se comparados com os compostos iônicos;
· - estado
físico na temperatura ambiente: sólido, líquido e/ou gasoso;
· - não
conduzem corrente elétrica, quando puros em nenhum estado físico. Mas são
capazes de conduzir corrente elétrica em solução aquosa, quando houver presença
de íons em solução.
Ligação metálica
Os
metais têm importante papel no desenvolvimento da civilização. As sociedades
modernas contam com uma grande variedade de metais para a fabricação de ferramentas,
máquinas e outros itens. Os químicos e outros cientistas têm encontrado
utilização até para metais menos abundantes, à medida que buscam materiais para
atender às necessidades tecnológicas. Um modelo de ligação metálica deve
explicar a ligação entre um grande número de átomos idênticos em um metal puro
e também a ligação entre átomos diferentes, como no caso de certas ligas
metálicas. A teoria não pode se basear em ligações direcionais, pois muitas
propriedades metálicas se conservam após a fusão. Além disso, a teoria deve
explicar a grande condutividade elétrica dos metais.
MODELO MAR
DE ELÉTRONS
Pode-se
imaginar um cristal metálico como um retículo formado por cátions metálicos no
qual os elétrons de valência podem movimentar-se livremente nas três direções
do cristal. Tal movimentação eletrônica pode ser comparada à movimentação das
moléculas de um gás ou de um líquido. Dessa forma, uma maneira muito simples
para descrever os metais é o modelo gás de elétrons ou mar de elétrons,
em que os átomos metálicos perdem os seus elétrons de valência, já que possuem
baixas energias de ionização. Contudo, tais elétrons permanecem confinados ao
metal por meio de atração eletrostática com os cátions, o que justifica o fato
de eles ficarem uniformemente distribuídos pela estrutura. Nenhum elétron
individual está confinado a um cátion específico, por isso os elétrons
apresentam grande mobilidade. Isso também explica o caráter não direcional da
ligação metálica.
Seção plana de um cristal metálico
PROPRIEDADES DOS METAIS
Estado
físico
Os
metais são, em sua maioria, sólidos nas condições ambiente de temperatura e
pressão. A rigidez dos metais pode ser associada ao fato de os cátions formarem
um retículo cristalino. Os retículos cristalinos mais comuns nos metais são mostrados
nas figuras a seguir.
As três estruturas
metálicas mais comuns. (a) Estrutura hexagonal de empacotamento compacto, na
qual cada cátion é circundado por outros 12. (b) Estrutura cúbica de
empacotamento compacto ou cúbica de face centrada, em que o número de
coordenação também é 12. (c) Estrutura cúbica de corpo centrado mostrando os 8
vizinhos que circundam cada cátion. Nessas estruturas, podemos pensar nos
elétrons se movimentando livremente nos interstícios da rede cristalina.
OBSERVAÇÃO
● Uma exceção
importante é o mercúrio (Hg), que se apresenta no estado líquido nas condições
normais.
Pontos
de fusão e de ebulição
Os
metais representativos costumam apresentar pontos de fusão e de ebulição que
vão de médios a elevados. Nesses metais, a força de coesão entre os átomos é
mantida exclusivamente pelo mar de elétrons e pode ser estimada pela entalpia
de atomização dos metais.
Exemplo:
Atomização do lítio
Li(s) →
Li(g)
∆Hatomização =
162 kJ.mol–1
A
força de coesão nos metais representativos aumenta à medida que estes passam do
grupo 1 para o grupo 2 e do grupo 2 para o grupo 13 da tabela periódica. Isso
sugere que a força da ligação metálica está relacionada ao número de elétrons
de valência, o que pode ser explicado facilmente pelo modelo mar de elétrons.
Um metal com maior número de elétrons de valência forma maior número de
elétrons semilivres e cátions de maior carga. Nesses casos, as ligações não
direcionais entre o conjunto de cátions e o conjunto de elétrons são mais
intensas.
Os
metais de transição, por sua vez, contam com uma contribuição dos elétrons
localizados em subníveis d. Tais elétrons possuem energia de ionização alta
demais para ficarem deslocalizados. Esses átomos, então, disponibilizam seus
elétrons de valência para a formação do mar de elétrons, e os elétrons
desemparelhados, localizados em um subnível d mais interno, formam ligações
covalentes. Isso explica por que os metais de transição possuem, normalmente,
pontos de fusão e de ebulição mais elevados que os representativos.
Condutividade
elétrica e térmica
Os
metais apresentam boa condutividade elétrica e térmica. Quando uma diferença de
potencial é aplicada em um metal, os elétrons, que antes se movimentavam
desordenadamente no cristal, passam a fluir ordenadamente do polo negativo para
o polo positivo. A alta condutividade térmica dos materiais metálicos também
pode ser explicada pela mobilidade dos elétrons, pois essa mobilidade permite a
rápida distribuição de energia cinética pelo sólido.
Brilho
A
superfície polida de um metal funciona como espelho, isto é, reflete as
radiações visíveis que incidem sobre elas sob qualquer ângulo. Isso se deve aos
elétrons deslocalizados que absorvem a energia da luz e a emitem quando
retornam ao estado fundamental. Como a luz visível em todos os comprimentos de
onda é absorvida e imediatamente reemitida, praticamente toda a luz incidente
se reflete, conferindo o brilho ao metal.
Solubilidade
Os
metais são insolúveis nos solventes moleculares comuns. O mercúrio (Hg) é um
líquido que consegue dissolver a maioria dos metais, e os metais alcalinos se
dissolvem em amônia líquida (NH3).
Maleabilidade
e ductibilidade
Maleabilidade
é a facilidade com que um material é transformado em lâminas delgadas, e
ductibilidade é a facilidade com que um material se transforma em fios finos.
Os metais são bastante maleáveis e dúcteis. Isso significa que, apesar de
existir uma força de coesão intensa no retículo cristalino, eles não oferecem
muita resistência à deformação de suas estruturas. Tal propriedade está
relacionada ao fato de a ligação metálica não ter caráter direcional. Os
cátions metálicos de um metal podem deslizar uns pelos outros sem prejuízo das
forças atrativas, pois os elétrons estão distribuídos uniformemente e podem
acompanhar as mudanças nas posições catiônicas. Os sólidos iônicos, covalentes
ou moleculares, não exibem esse comportamento. Considere, por exemplo, a
diferença entre deixar cair um cubo de gelo e um bloco de alumínio.
TEORIA
DAS BANDAS ELETRÔNICAS
Em
estruturas de moléculas como o benzeno, alguns elétrons estão deslocalizados ou
distribuídos por vários átomos. A ligação metálica pode ser pensada de maneira
similar. Os orbitais atômicos de um átomo metálico superpõem-se aos dos vários
átomos vizinhos mais próximos, que, por sua vez, superpõem-se aos orbitais de
vários outros átomos.
A
superposição ou interpenetração de orbitais atômicos leva à formação de
orbitais moleculares. O número de orbitais moleculares é igual ao número
inicial de orbitais atômicos que se superpõem. Em um material metálico, o
número de orbitais atômicos que interagem é muito grande, o que origina um
número elevado de orbitais responsáveis pela ligação metálica. À medida que a
superposição de orbitais atômicos ocorre, forma-se a combinação de orbitais ligantes
e antiligantes. As energias desses orbitais localizam-se em intervalos pouco
espaçados na faixa de energia entre os orbitais de mais alta e mais baixa
energia. Consequentemente, a interação de todos os orbitais atômicos de
valência de cada átomo metálico com todos os outros adjacentes origina um
grande número de orbitais que se estendem por um monocristal metálico inteiro.
As
diferenças de energia entre esses orbitais são tão minúsculas que, para efeitos
práticos, podemos pensar no conjunto de orbitais como uma banda contínua de
estados de energia permitidos, às quais chamamos de bandas eletrônicas ou
bandas de energia. A figura a seguir esquematiza essa situação.
Ilustração
esquemática de como o número de orbitais moleculares aumenta e seus espaçamentos
de energia diminuem à medida que o número de átomos que interagem aumenta. Nos
metais, essas interações formam uma banda aproximadamente contínua de orbitais
moleculares deslocalizados por toda a rede metálica. O número de elétrons
disponível não preenche completamente esses orbitais.
Os
elétrons disponíveis para as ligações metálicas não preenchem completamente os
orbitais disponíveis; pode-se pensar na banda eletrônica como um recipiente
para elétrons parcialmente preenchido. O preenchimento incompleto das bandas
eletrônicas dá origem às propriedades tipicamente metálicas. Os elétrons nos
orbitais próximos ao topo dos níveis ocupados necessitam de muita pouca energia
para serem promovidos para orbitais de energia ainda mais alta, que estão
desocupados. Sob influência de qualquer fonte de excitação, como um potencial
elétrico aplicado ou absorção de energia térmica, os elétrons passam para
níveis antes vagos e podem se mover livremente pela rede, dando origem à
condutividade térmica e elétrica.
LIGAS
METÁLICAS
As
ligas metálicas são formadas pela união de dois ou mais metais ou, ainda, pela
união entre metais e ametais, considerando que, neste último caso, a
porcentagem dos elementos metálicos é maior.
O
preparo das ligas dá-se pela união de seus componentes no estado fundido que,
posteriormente, esfriam e se solidificam, resultando em uma solução sólida.
Quando
misturamos os componentes, conseguimos formar uma liga que possua determinadas
propriedades que faltavam individualmente nos metais.
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