É
raro encontrarmos substâncias puras na natureza. Comumente, encontramos
substâncias impuras, que são misturas de uma substância principal e outras que
constituem a sua impureza.
Aos
processos de separação de misturas, damos o nome de análise imediata.
SEPARAÇÃO
DAS MISTURAS HETEROGÊNEAS CUJAS FASES SÃO TODAS SÓLIDAS
Catação
Separa
uma mistura entre dois sólidos que possuem grãos diferentes em relação ao
tamanho, à cor ou ao formato. Os fragmentos de um dos sólidos são “catados” com
a mão ou com uma pinça. Exemplos: Arroz e feijão; cristais de isômeros
dextrógiros e levógiros.
Ventilação
A
fase menos densa é separada por uma corrente de ar. Exemplo: Separação dos
grãos de arroz da casca nas máquinas de beneficiamento.
Levigação
A
fase mais leve é separada e arrastada por uma corrente de água. Exemplo:
Separação de areia do ouro: a areia é arrastada pela corrente de água.
Flotação
Utiliza-se
um líquido, normalmente a água, como elemento de separação de dois sólidos em
que um deles possui densidade menor que a desse líquido. Isso faz com que o
sólido menos denso fique sobrenadando. Vale lembrar que esses sólidos não podem
ser solúveis nesse líquido. Exemplos: Separação da serragem da areia e do
alpiste da areia pela água.
Dissolução
fracionada ou extração por solvente
Introduz-se
a mistura num líquido que dissolva somente um dos componentes: o componente
insolúvel é separado da solução por filtração. Por evaporação ou por destilação
da solução, separa-se o componente dissolvido do respectivo líquido. Exemplo:
Separação de sal e areia pela água.
Fusão
fracionada
Separa
ligas metálicas, como ouro e prata de uma aliança, e quaisquer misturas entre
sólidos. Levando a mistura a alto aquecimento, o componente que possuir o menor
ponto de fusão “derreterá” primeiro. Exemplo: Separação de areia + enxofre.
Cristalização
fracionada ou evaporação
Método
natural utilizado para a separação de uma mistura homogênea ou heterogênea de
um sólido e um líquido ou entre dois sólidos, neste caso, com a adição de um
solvente apropriado. Espontaneamente, com o passar do tempo, o líquido (ou
solvente) evapora, restando o sólido. Na separação de dois sólidos, os
componentes cristalizam-se separadamente, à medida que vão sendo atingidos seus
limites de solubilidade (coeficientes de solubilidade). Exemplo: Obtenção de
sais a partir da água do mar.
Peneiração
ou tamização
É
o método utilizado para separar misturas de sólidos em que o tamanho dos grãos
é diferente. Exemplo: Separação de areia fina das pedras.
Separação
magnética
Ocorre
quando um dos componentes da mistura possui propriedade magnética, podendo ser
atraído por um ímã. Exemplo: Separação da mistura limalha de ferro + pó de
enxofre.
Sublimação
Processo
usado quando um dos sólidos sofre sublimação. Por aquecimento da mistura, o
componente que sublima se separa, no estado de vapor e, em seguida,
cristaliza-se. Exemplo: Purificação do iodo e da naftalina.
SEPARAÇÃO
DAS FASES DE OUTRAS MISTURAS HETEROGÊNEAS
Filtração
Processo
de separação da mistura de um sólido e um líquido em que o sólido ficará retido
no papel de filtro. A filtração também pode ocorrer em uma mistura sólido-gás
e, neste caso, a separação é feita sempre por sucção do gás. Exemplos: Filtração
da mistura água e areia e do ar no aspirador de pó.
Filtração
comum ou por gravidade
É
um processo lento e recomendado quando o sólido possui grãos de tamanho médio e
grande. A filtração da mistura sólido-líquido é feita comumente em laboratório,
por meio de papel de filtro adaptado em funil. Exemplo: Filtração da mistura
água e pó de café no coador.
Filtração
a vácuo
Processo
rápido realizado quando os grãos do sólido são muito pequenos. É obtida por
sucção.
Na
filtração a vácuo de uma mistura sólido-líquido, usa-se um funil de Büchner –
funil de porcelana que tem fundo chato, perfurado, sobre o qual se coloca o
papel de filtro. A sucção do ar é comumente feita com trompa de água. A
filtração a vácuo é também chamada filtração com sucção ou, ainda, filtração a
pressão reduzida. Exemplo: Filtração a vácuo na purificação de uma amostra de
ácido benzoico por recristalização.
Decantação
Baseia-se
no repouso de uma mistura heterogênea em que a substância menos densa se
localiza sobre a substância mais densa. Agitando-se uma mistura de água e
enxofre em pó, obtemos, inicialmente, uma suspensão de enxofre em água.
Deixando-se a mistura em repouso, depois de algum tempo, há uma sedimentação do
enxofre sólido, separando-se, assim, da água.
Exemplo:
Em uma mistura de água e areia, após o repouso, a água ficará na superfície,
enquanto a areia irá se depositar no fundo do recipiente.
Para isolarmos os dois componentes da mistura, devemos utilizar uma mangueira que, por sucção, retirará o líquido. Esse processo é denominado sifonação.
Para isolarmos os dois componentes da mistura, devemos utilizar uma mangueira que, por sucção, retirará o líquido. Esse processo é denominado sifonação.
Quando
a decantação for utilizada para separar dois líquidos que não se dissolvem
(imiscíveis), devemos colocar a mistura em um aparelho especial cujo nome é funil de bromo ou
funil de decantação.
Consiste
em um balão com uma torneira na sua parte inferior, que permite o escoamento do
líquido que constitui a fase mais densa. Exemplo: Água e óleo.
Numa
mistura sólido-gás, a decantação pode ser feita em câmara de poeira ou chicana, equipamento
usado industrialmente.
Floculação
Método
de separação de mistura que se baseia na adição de agente floculante, como Al2(SO4)3
(sulfato de alumínio) ou FeCl3 (cloreto férrico), que aglutina
as impurezas sólidas formando pequenos flóculos mais densos do que a fase
líquida, os quais decantarão lentamente. Exemplos: Nas estações de tratamento
de água e na limpeza de piscinas.
Centrifugação
A
decantação, vista anteriormente, é um processo lento, pois depende da ação da
gravidade sobre as partículas. Porém, se imprimirmos às partículas dispersas
uma aceleração bem maior, a deposição do sólido será mais rápida. Esse tipo de
deposição pode ser obtido por meio de um centrifugador.
SEPARAÇÃO
DOS COMPONENTES DAS MISTURAS HOMOGÊNEAS
Gás
+ gás
O
processo mais utilizado para realizar a separação dos componentes desse sistema
é a liquefação fracionada, realizada
a altas pressões e lento resfriamento de uma mistura gasosa. O gás que possuir
maior temperatura de ebulição será retirado primeiro.
É
dessa forma que separamos o oxigênio e o nitrogênio encontrados no ar. No caso
particular da separação dos componentes do ar, é mais conveniente liquefazer a
mistura (o ar) e depois separar os seus componentes por destilação fracionada.
Nas
máscaras contra gases venenosos, estes são separados do ar, que é respirado por
um processo de adsorção. Existem
sólidos, como o carvão ativado, que adsorvem os gases venenosos e deixam passar
apenas o ar. Nos filtros de cigarros, também há separação por adsorção.
Gás
+ líquido
Por
aquecimento da mistura, o gás é expulso do líquido, pois, geralmente, a
solubilidade de um gás num líquido diminui com a elevação da temperatura.
Assim, com a elevação da temperatura, uma água gaseificada ou um refrigerante,
por exemplo, perdem o gás, isto é, o CO2 dissolvido é liberado.
Outras
maneiras de se expulsar o gás dissolvido num líquido:
A) Agitar a
solução. Assim, agitando-se um refrigerante, há formação de muita espuma,
devido à liberação do gás.
B) Diminuir a
pressão. Assim, quando uma garrafa de refrigerante é aberta, a pressão interna
diminui e há liberação do gás dissolvido.
Gás
+ sólido
Por
simples aquecimento, o gás é expulso do sólido. Esse processo é inadequadamente
chamado de destilação seca. Exemplo: Aquecimento da madeira, em que há
liberação de metanol (CH3OH).
Sólido
+ líquido
O
processo utilizado nesse caso é o da destilação, que separa tanto misturas
homogêneas como heterogêneas a partir de um aquecimento contínuo. A substância
mais volátil possui menor temperatura de ebulição e vaporiza primeiro. No
estado de vapor, essa substância é resfriada no condensador, transformando-se
novamente em líquido e recolhida em um novo frasco.
Líquido
+ líquido
O
método usado é o da destilação fracionada.
Os líquidos destilam-se, separadamente, à medida que os seus pontos de ebulição
vão sendo atingidos.
Para
efetuar a destilação fracionada, usa-se uma coluna de fracionamento.
Um
dos tipos de coluna de fracionamento consiste em um tubo de vidro relativamente
longo, cheio de bolinhas de vidro, em cuja superfície ocorre a condensação do
vapor. O vapor sobe pela coluna, sofre sucessivas condensações seguidas de
vaporizações, enriquece-se do componente mais volátil e, ao sair da coluna de
fracionamento, é constituído, praticamente, de 100% do componente mais volátil.
Assim, na parte superior da coluna de fracionamento, o vapor é mais rico em
componente mais volátil, e, na parte inferior é mais rico em componente menos
volátil.
A
destilação fracionada será tanto mais eficaz quanto maior for a diferença de
pontos de ebulição entre os líquidos e maior for o tamanho da coluna de
fracionamento, ou seja, maior for a superfície para ocorrer a condensação dos
vapores.
Exemplos:
Fabricação de cachaça, refino do petróleo (para obtenção de gasolina e óleo
diesel), etc.
Na
indústria petroquímica, utiliza-se a destilação fracionada para separar as
diferentes frações do petróleo. Nesse caso, utiliza-se uma coluna de
fracionamento constituída de “pratos e bandejas”.
Cada
uma das frações do petróleo corresponde a uma mistura de substâncias com pontos
de ebulição bastante próximos e, por esse motivo, destilam-se em uma
determinada faixa de temperatura.
Quanto
menos intensas são as interações coesivas entre as partículas que formam os
componentes de uma fração, menor será a faixa de temperatura na qual essa
fração será separada das demais.
MÉTODOS
QUÍMICOS
Obtenção
de álcool etílico anidro (100 °GL) a partir de álcool etílico hidratado 96 °GL
Nesse
caso, é adicionada cal virgem, CaO, ao álcool hidratado. O óxido reage com a
umidade formando cal hidratada, Ca(OH)2, que pode facilmente ser
removida da mistura por filtração, pois é insolúvel em etanol. Separação de
substâncias explorando as mudanças de solubilidade em diferentes valores de pH
Na separação do ácido benzoico (C6H5COOH) do benzeno (C6H6),
pode-se utilizar solução aquosa de NaOH, o que leva à formação de benzoato de
sódio (C6H5COO–Na+). Este último
passa para a fração aquosa (mais densa) que pode ser separada do benzeno (menos
denso) por decantação em funil. O ácido benzoico pode ser recuperado
tratando-se a solução aquosa com solução de ácido forte.
Cromatografia
Cromatografia
cromatografia é um processo
físico-químico de separação de misturas, mais especificamente, de sólidos em
uma solução (mistura homogênea de duas ou mais substâncias). Esse processo
fundamenta-se no fato das substâncias presentes na mistura terem diferentes
propriedades e composições, assim, a interação delas com as duas fases
imiscíveis (fase estacionária e fase móvel) será diferente também. Ou seja, a
velocidade com que uma migra será maior e de outra, será menor.
Estas duas fases mencionadas são
caracterizadas da seguinte forma:
- Fase
estacionária: fase fixa onde a substância que está sendo separada ou identificada
fixa-se na superfície de outro material. Por exemplo, um papel de filtro.
- Fase móvel: nesta fase as
substâncias que queremos isolar são “arrastadas” por um solvente fluido, que
pode ser líquido ou gasoso. Por exemplo, vapor do álcool Etílico.
Visto ser uma técnica bastante
versátil e de grande aplicação, existem vários tipos de Cromatografia, que são
classificadas de quatro maneiras:
1. Quanto ao tipo de Sistema Cromatográfico:
1.1. Em coluna: cromatografia
líquida, gasosa e supercrítica.
1.2. Planar: Centrífuga,
em papel e camada delgada.
2. Quanto ao tipo de fase móvel:
2.1 Cromatografia Gasosa (CG), Cromatografia Gasosa de Alta
Resolução (CGAR), Cromatografia
2.2 Líquida Clássica (CLC), Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência (CLAE) e Cromatografia Supercrítica (CSC).
3. Quanto ao tipo de fase estacionária:
Líquida,
sólida e quimicamente Ligadas.
4. De acordo com o modo de separação:
Por
adsorção, por partição, por troca iônica e por afinidade.
Esse
processo é muito utilizado na Química para identificar substâncias orgânicas
presentes .
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