ISOMERIA GEOMÉTRICA
CIS-TRANS
Isomeria
geométrica é um caso de isomeria espacial ou estereoisomeria, em que as
diferenças entre os isômeros só podem ser determinadas pela análise das
fórmulas estruturais espaciais.
A
isomeria geométrica só ocorre em compostos com dupla-ligação entre carbonos e
em compostos cíclicos.
Consideremos o composto
1,2-dicloroeteno (C2H2Cl2). Podemos construir
duas estruturas espaciais, uma em que os dois átomos de cloro estão de um mesmo
lado e outra em que eles estão em lados opostos em relação à dupla-ligação.
À
primeira vista, trata-se de duas estruturas equivalentes. No entanto, devido à
presença de dupla-ligação, não há livre rotação carbono-carbono, não sendo
possível a interconversão das estruturas sem haver a quebra de ligações.
Nesse
caso, as estruturas representam compostos orgânicos diferentes que possuem a
mesma fórmula molecular. Temos, então, um novo tipo de isomeria, denominada
isomeria geométrica ou isomeria cis-trans. A isomeria geométrica sempre origina
dois isômeros, um denominado cis – em que os grupos iguais (cloro, por exemplo)
estão de um mesmo lado em relação à dupla-ligação – e outro denominado trans –
em que os grupos iguais estão em lados opostos em relação à dupla-ligação.
Para haver isomeria
geométrica em compostos de cadeia aberta, é necessário que
• haja a presença de
dupla-ligação entre carbonos.
• os ligantes a um dos
carbonos da dupla-ligação sejam diferentes entre si (estes podem ser iguais aos
ligantes do outro carbono).
No
caso de compostos cíclicos, também não há rotação livre entre átomos de carbono
do anel; logo, haverá isomeria geométrica se o ciclo possuir dois carbonos com
ligantes diferentes entre si, havendo a possibilidade de estes serem iguais aos
ligantes do outro carbono.
A
isomeria geométrica em compostos de cadeia cíclica também é conhecida como
isomeria Baeyeriana, em homenagem ao químico alemão Adolf von Baeyer, que descobriu
esse tipo de isomeria.
Diferenças
entre os isômeros cis e trans
As
propriedades físicas (T.F., T.E., solubilidade, polaridade da molécula, etc.)
dos isômeros cis e trans são diferentes; porém, algumas propriedades químicas,
como as reações de adição, são semelhantes.
De
modo geral, os isômeros trans são mais estáveis que os cis, devido à menor
repulsão das nuvens eletrônicas dos ligantes, uma vez que a distância entre um
par de ligantes iguais em um isômero trans é maior do que em um isômero cis.
ISOMERIA
GEOMÉTRICA E-Z
No caso de um composto
apresentar quatro ligantes diferentes nos carbonos de rotação impedida, o
isômero Z é o que contém os grupos maiores do mesmo lado, e o isômero E é o que
os contém em lados contrários.
Exemplo:
3-metilept-3-eno
A
forma E é mais estável do que a forma Z, devido à menor repulsão dos grupos
ligantes aos carbonos de rotação impedida.
De
um modo geral, os isômeros E-Z apresentam propriedades físicas diferentes e
propriedades químicas diferentes ou não, dependendo da posição relativa dos
grupos ligantes e do tipo de substância. Um exemplo esclarecedor é o do ácido
but-2-enodioico frente a um aquecimento: o ácido maleico (cis) transforma-se
facilmente no respectivo anidrido, enquanto o ácido fumárico (trans) não sofre
desidratação.
Os
prefixos Z e E provêm do alemão zusammen (junto) e entgegen (oposto).
ISOMERIA ÓPTICA
É
o caso de isomeria espacial, estereoisomeria, cujos isômeros ópticos ou
substâncias opticamente ativas, ao serem atravessados pela luz polarizada, têm
a propriedade de desviar o seu plano de vibração.
A
luz natural corresponde a ondas eletromagnéticas cujas ondas elétricas vibram
em um plano perpendicular ao das ondas magnéticas. À medida que a luz se
desloca, esses dois planos giram em torno de seu próprio eixo de propagação.
Existem
determinadas substâncias que, ao serem atravessadas, conseguem absorver todos
os planos de vibração da luz natural, deixando passar apenas um. Essas
substâncias são denominadas polarizadoras, e a luz que sai delas é denominada
luz plano-polarizada ou, simplesmente, luz polarizada.
Na
luz plano-polarizada, os planos de vibração elétrico e magnético não giram em
torno do eixo de propagação.
Sabemos
que um prisma de nicol (cristal de espato da islândia convenientemente serrado,
depois colado) não deixa passar senão a luz polarizada, que vibra num único
plano. Ao passar esse tipo de luz por uma substância líquida ou dissolvida,
diremos que a substância é opticamente ativa se for capaz de desviar o plano de
luz polarizada para a direita (dextrógira) ou para a esquerda (levógira).
O
isômero que gira o plano da luz polarizada para a direita é denominado
dextrorrotatório, dextrógiro (do latim dexter, direita) ou, simplesmente, d. Já
o isômero que gira o plano da luz polarizada para a esquerda é denominado
levorrotatório, levógiro (do latim laevus, esquerda) ou, simplesmente, l.
Os
isômeros dextrógiro e levógiro apresentam o mesmo ângulo de desvio do plano da
luz polarizada, porém em sentidos diferentes. Por convenção, o desvio causado
por um isômero dextrógiro é positivo (+), e o causado por um isômero levógiro é
negativo (–). Os isômeros ópticos denominados enantiômeros, enanciômeros ou
antípodas ópticas possuem a mesma composição, mas a distribuição espacial de
seus átomos é diferente. Esses isômeros são imagens especulares assimétricas e,
portanto, não podem ser superpostas entre si.
As
espécies químicas que não são sobreponíveis com suas imagens especulares são
denominadas espécies quirais.
É
condição indispensável, para a existência de isomeria óptica, que o arranjo
atômico apresente assimetria. Arranjos atômicos assimétricos não podem ser
torcidos, girados ou virados de tal forma a transformar um isômero d em um
isômero l.
Representação
de Fischer
Os
carbonos assimétricos são tetraédricos. A representação desses tetraedros em
duas dimensões é difícil. Para facilitar essa representação, Fischer
desenvolveu uma projeção bastante simples para quaisquer carbonos tetraédricos.
Podemos
imaginar um tetraedro em perspectiva como a união de duas letras V, que estão
perpendiculares entre si, em um único ponto, o carbono central.
Fischer
convencionou que o carbono central está no plano desta página e que os grupos c
e d, que estão abaixo do plano desta página, serão representados por uma linha
vertical; e que os grupos b e a, que estão voltados para a parte de cima do
plano desta página, serão representados por uma linha horizontal.
Isomeria
Óptica em Compostos que apresentam um carbono assimétrico Substâncias que
apresentam carbonos assimétricos, carbonos ligados a quatro grupamentos
diferentes entre si, são arranjos atômicos assimétricos e apresentam isomeria
óptica. Os carbonos assimétricos são também denominados estereocentros e são,
geralmente, representados por um asterisco (C*).
Como
já descrevemos anteriormente, a atividade óptica ocorre devido à assimetria das
espécies químicas. Para entendermos melhor, vamos definir objetos simétricos e
assimétricos.
Um
objeto é simétrico quando apresenta, pelo menos, um plano de simetria, ou seja,
pode ser dividido em duas partes equivalentes. Qualquer objeto simétrico
produz, em um espelho plano, uma imagem especular que é igual ao objeto. Assim,
objeto e imagem são sobreponíveis e não são espécies quirais.
Um
objeto é assimétrico quando não apresenta plano de simetria, ou seja, não pode
ser dividido em duas partes equivalentes. Qualquer objeto assimétrico produz,
em um espelho plano, uma imagem especular que é diferente do objeto. Assim,
objeto e imagem não são sobreponíveis e são espécies quirais.
Então,
o ácido láctico é uma espécie química assimétrica, e, na verdade, a fórmula CH3—CH(OH)—COOH
representará duas substâncias diferentes, uma dextrógira e outra levógira.
Mistura
racêmica ou racemato
Em
uma síntese que origina enantiômeros, realizada em laboratório, em ambiente não
quiral, os isômeros d e l serão originados na mesma proporção. Essa mistura é
denominada mistura racêmica ou racemato.
A
mistura racêmica não apresenta atividade óptica, pois o desvio provocado por
uma espécie química dextrógira é cancelado por uma espécie química levógira.
Tal inatividade é denominada inatividade por compensação externa (um desvio
causado por uma espécie química é “compensado” externamente por um desvio em
sentido contrário, causado por uma espécie química que é seu enantiômero).
Isomeria
óptica em compostos que apresentam mais de um carbono assimétrico
Em
moléculas que apresentam mais de um carbono assimétrico, podemos calcular o
número de estereoisômeros por 2n, em que n é o número de carbonos
assimétricos da molécula. No entanto, quando existem carbonos assimétricos
idênticos, a simetria de algumas estruturas elimina alguns estereoisômeros.
Para ter certeza, em duas dimensões, se duas estruturas são ou não
sobreponíveis, recorre-se à representação de Fischer.
Tente
girar a imagem fazendo rotações no sentido horário e anti-horário, sem tirar a
molécula do plano do papel. Se você conseguir coincidir exatamente a imagem com
seu objeto, significa que ambas são uma mesma estrutura espacial. Das moléculas
anteriores, I e II são enantiômeros, pois não são sobreponíveis. Já III e IV
são a mesma estrutura, pois consegue-se sobrepô-las, girando uma delas em 180º.
Comparada a I e II, a estrutura III não tem relação objeto-imagem (estamos
desconsiderando arbitrariamente a estrutura IV). Dizemos que I e III (ou II e
III) são diasteroisômeros. A estrutura III é chamada mesocomposto.
Quando
os isômeros ópticos não correspondem a uma imagem especular entre si, são
chamados de diastereoisômeros. É o caso de isômeros com mais de um carbono
assimétrico diferente.
Também
podemos encontrar inatividade óptica, mas por compensação interna, nos
compostos com dois carbonos assimétricos iguais, caso dos mesômeros, cujo
exemplo mais tradicional é o do ácido 2,3-di-hidroxibutanodioico (ácido
tartárico), estudado por Pasteur.
As
formas 1 e 2 não são superponíveis, constituindo um par de antípodas ópticas. A
mistura equimolar dessas duas formas é racêmica (d-l).
A
forma 3 “construída” pela união da parte superior da forma 1 com a inferior da
forma 2 é opticamente inativa, uma vez que apresenta plano de simetria. Com
isso, a imagem especular de 3 é ela
mesma. A flecha acima da fórmula mostra que, trazendo o grupo COOH superior da
forma 4 para baixo, é possível superpor as duas fórmulas.
Dizemos
que a forma 3 ou 4 é inativa por compensação interna (na verdade, é a mesma
substância). Ela é chamada de ácido mesotartárico.
Isomeria
óptica em compostos que não apresentam carbono assimétrico
Atividade
óptica associada ao carbono assimétrico, ou quiral, é uma generalização que não
se verifica em algumas poucas substâncias ativas sem carbono assimétrico, por
exemplo, os cristais de quartzo (SiO2), o clorato de sódio (NaClO3)
e a inosita (ciclo-hexanoexol).
Principais
casos de isomeria óptica em compostos orgânicos sem carbono assimétrico:
1º)
Existem casos de isomeria óptica em compostos cíclicos cuja fórmula espacial é
assimétrica.
Quando
um composto de cadeia carbônica cíclica apresenta isomeria cis-trans, a
molécula do isômero trans é assimétrica, isto é, não apresenta plano de
simetria. Portanto, possui atividade óptica, apresentando dois isômeros, o
dextrógiro, o levógiro e também uma mistura racêmica.
O
isômero cis apresenta plano de simetria; portanto, é opticamente inativo.
2º) Os compostos
alênicos (derivados do propadieno) que são assimétricos apresentarão atividade
óptica:
Propriedades
dos isômeros ópticos
A
propriedade física que distingue os enantiômeros é o desvio do plano da luz
polarizada. As propriedades físicas densidade, temperatura de fusão,
temperatura de ebulição e solubilidade dos enantiômeros são iguais.
Observe
alguns valores de algumas propriedades físicas dos ácidos tartáricos.
As
propriedades químicas dos isômeros ópticos são idênticas quando eles reagem com
reagentes não quirais. Apenas em um ambiente quiral, eles apresentam
comportamentos químicos diferentes. Por exemplo, na presença de uma enzima quiral,
a reação de um isômero óptico pode ser catalisada, enquanto a reação de seu
enantiômero pode não ocorrer. Dessa forma, os efeitos fisiológicos dos isômeros
podem ser específicos. Nos seres vivos, as reações são enantiosseletivas,
devido à ação de enzimas.
Os
estereoisômeros podem apresentar atividades biológicas diferentes: um deles
pode ser muito ativo e o outro inativo ou fracamente ativo. As ilustrações a
seguir mostram como a orientação espacial de uma molécula é importante na
interação com o seu receptor biológico.
No
exemplo a seguir, somente o primeiro enantiômero possui a configuração correta
para o receptor: quando os grupos A estão em trans, a molécula não se “encaixa”
no sítio receptor.
Neste
outro exemplo, o grupo C do segundo enantiômero está em uma posição
desfavorável em relação à interação com o receptor.
A
isomeria geométrica só ocorre em compostos com dupla-ligação entre carbonos e
em compostos cíclicos.
Consideremos o composto
1,2-dicloroeteno (C2H2Cl2). Podemos construir
duas estruturas espaciais, uma em que os dois átomos de cloro estão de um mesmo
lado e outra em que eles estão em lados opostos em relação à dupla-ligação.
À
primeira vista, trata-se de duas estruturas equivalentes. No entanto, devido à
presença de dupla-ligação, não há livre rotação carbono-carbono, não sendo
possível a interconversão das estruturas sem haver a quebra de ligações.
Nesse
caso, as estruturas representam compostos orgânicos diferentes que possuem a
mesma fórmula molecular. Temos, então, um novo tipo de isomeria, denominada
isomeria geométrica ou isomeria cis-trans. A isomeria geométrica sempre origina
dois isômeros, um denominado cis – em que os grupos iguais (cloro, por exemplo)
estão de um mesmo lado em relação à dupla-ligação – e outro denominado trans –
em que os grupos iguais estão em lados opostos em relação à dupla-ligação.
Para haver isomeria
geométrica em compostos de cadeia aberta, é necessário que
• haja a presença de
dupla-ligação entre carbonos.
• os ligantes a um dos carbonos da dupla-ligação sejam diferentes entre si (estes podem ser iguais aos ligantes do outro carbono).
• os ligantes a um dos carbonos da dupla-ligação sejam diferentes entre si (estes podem ser iguais aos ligantes do outro carbono).
No
caso de compostos cíclicos, também não há rotação livre entre átomos de carbono
do anel; logo, haverá isomeria geométrica se o ciclo possuir dois carbonos com
ligantes diferentes entre si, havendo a possibilidade de estes serem iguais aos
ligantes do outro carbono.
A
isomeria geométrica em compostos de cadeia cíclica também é conhecida como
isomeria Baeyeriana, em homenagem ao químico alemão Adolf von Baeyer, que descobriu
esse tipo de isomeria.
Diferenças
entre os isômeros cis e trans
As
propriedades físicas (T.F., T.E., solubilidade, polaridade da molécula, etc.)
dos isômeros cis e trans são diferentes; porém, algumas propriedades químicas,
como as reações de adição, são semelhantes.
De
modo geral, os isômeros trans são mais estáveis que os cis, devido à menor
repulsão das nuvens eletrônicas dos ligantes, uma vez que a distância entre um
par de ligantes iguais em um isômero trans é maior do que em um isômero cis.
ISOMERIA
GEOMÉTRICA E-Z
No caso de um composto
apresentar quatro ligantes diferentes nos carbonos de rotação impedida, o
isômero Z é o que contém os grupos maiores do mesmo lado, e o isômero E é o que
os contém em lados contrários.
Exemplo:
3-metilept-3-eno
A
forma E é mais estável do que a forma Z, devido à menor repulsão dos grupos
ligantes aos carbonos de rotação impedida.
De
um modo geral, os isômeros E-Z apresentam propriedades físicas diferentes e
propriedades químicas diferentes ou não, dependendo da posição relativa dos
grupos ligantes e do tipo de substância. Um exemplo esclarecedor é o do ácido
but-2-enodioico frente a um aquecimento: o ácido maleico (cis) transforma-se
facilmente no respectivo anidrido, enquanto o ácido fumárico (trans) não sofre
desidratação.
Os
prefixos Z e E provêm do alemão zusammen (junto) e entgegen (oposto).
ISOMERIA ÓPTICA
É
o caso de isomeria espacial, estereoisomeria, cujos isômeros ópticos ou
substâncias opticamente ativas, ao serem atravessados pela luz polarizada, têm
a propriedade de desviar o seu plano de vibração.
A
luz natural corresponde a ondas eletromagnéticas cujas ondas elétricas vibram
em um plano perpendicular ao das ondas magnéticas. À medida que a luz se
desloca, esses dois planos giram em torno de seu próprio eixo de propagação.
Existem
determinadas substâncias que, ao serem atravessadas, conseguem absorver todos
os planos de vibração da luz natural, deixando passar apenas um. Essas
substâncias são denominadas polarizadoras, e a luz que sai delas é denominada
luz plano-polarizada ou, simplesmente, luz polarizada.
Na
luz plano-polarizada, os planos de vibração elétrico e magnético não giram em
torno do eixo de propagação.
Sabemos
que um prisma de nicol (cristal de espato da islândia convenientemente serrado,
depois colado) não deixa passar senão a luz polarizada, que vibra num único
plano. Ao passar esse tipo de luz por uma substância líquida ou dissolvida,
diremos que a substância é opticamente ativa se for capaz de desviar o plano de
luz polarizada para a direita (dextrógira) ou para a esquerda (levógira).
O
isômero que gira o plano da luz polarizada para a direita é denominado
dextrorrotatório, dextrógiro (do latim dexter, direita) ou, simplesmente, d. Já
o isômero que gira o plano da luz polarizada para a esquerda é denominado
levorrotatório, levógiro (do latim laevus, esquerda) ou, simplesmente, l.
Os
isômeros dextrógiro e levógiro apresentam o mesmo ângulo de desvio do plano da
luz polarizada, porém em sentidos diferentes. Por convenção, o desvio causado
por um isômero dextrógiro é positivo (+), e o causado por um isômero levógiro é
negativo (–). Os isômeros ópticos denominados enantiômeros, enanciômeros ou
antípodas ópticas possuem a mesma composição, mas a distribuição espacial de
seus átomos é diferente. Esses isômeros são imagens especulares assimétricas e,
portanto, não podem ser superpostas entre si.
As
espécies químicas que não são sobreponíveis com suas imagens especulares são
denominadas espécies quirais.
É
condição indispensável, para a existência de isomeria óptica, que o arranjo
atômico apresente assimetria. Arranjos atômicos assimétricos não podem ser
torcidos, girados ou virados de tal forma a transformar um isômero d em um
isômero l.
Representação
de Fischer
Os
carbonos assimétricos são tetraédricos. A representação desses tetraedros em
duas dimensões é difícil. Para facilitar essa representação, Fischer
desenvolveu uma projeção bastante simples para quaisquer carbonos tetraédricos.
Podemos
imaginar um tetraedro em perspectiva como a união de duas letras V, que estão
perpendiculares entre si, em um único ponto, o carbono central.
Fischer
convencionou que o carbono central está no plano desta página e que os grupos c
e d, que estão abaixo do plano desta página, serão representados por uma linha
vertical; e que os grupos b e a, que estão voltados para a parte de cima do
plano desta página, serão representados por uma linha horizontal.
Isomeria
Óptica em Compostos que apresentam um carbono assimétrico Substâncias que
apresentam carbonos assimétricos, carbonos ligados a quatro grupamentos
diferentes entre si, são arranjos atômicos assimétricos e apresentam isomeria
óptica. Os carbonos assimétricos são também denominados estereocentros e são,
geralmente, representados por um asterisco (C*).
Como
já descrevemos anteriormente, a atividade óptica ocorre devido à assimetria das
espécies químicas. Para entendermos melhor, vamos definir objetos simétricos e
assimétricos.
Um
objeto é simétrico quando apresenta, pelo menos, um plano de simetria, ou seja,
pode ser dividido em duas partes equivalentes. Qualquer objeto simétrico
produz, em um espelho plano, uma imagem especular que é igual ao objeto. Assim,
objeto e imagem são sobreponíveis e não são espécies quirais.
Um
objeto é assimétrico quando não apresenta plano de simetria, ou seja, não pode
ser dividido em duas partes equivalentes. Qualquer objeto assimétrico produz,
em um espelho plano, uma imagem especular que é diferente do objeto. Assim,
objeto e imagem não são sobreponíveis e são espécies quirais.
Então,
o ácido láctico é uma espécie química assimétrica, e, na verdade, a fórmula CH3—CH(OH)—COOH
representará duas substâncias diferentes, uma dextrógira e outra levógira.
Mistura
racêmica ou racemato
Em
uma síntese que origina enantiômeros, realizada em laboratório, em ambiente não
quiral, os isômeros d e l serão originados na mesma proporção. Essa mistura é
denominada mistura racêmica ou racemato.
A
mistura racêmica não apresenta atividade óptica, pois o desvio provocado por
uma espécie química dextrógira é cancelado por uma espécie química levógira.
Tal inatividade é denominada inatividade por compensação externa (um desvio
causado por uma espécie química é “compensado” externamente por um desvio em
sentido contrário, causado por uma espécie química que é seu enantiômero).
Isomeria
óptica em compostos que apresentam mais de um carbono assimétrico
Em
moléculas que apresentam mais de um carbono assimétrico, podemos calcular o
número de estereoisômeros por 2n, em que n é o número de carbonos
assimétricos da molécula. No entanto, quando existem carbonos assimétricos
idênticos, a simetria de algumas estruturas elimina alguns estereoisômeros.
Para ter certeza, em duas dimensões, se duas estruturas são ou não
sobreponíveis, recorre-se à representação de Fischer.
Tente
girar a imagem fazendo rotações no sentido horário e anti-horário, sem tirar a
molécula do plano do papel. Se você conseguir coincidir exatamente a imagem com
seu objeto, significa que ambas são uma mesma estrutura espacial. Das moléculas
anteriores, I e II são enantiômeros, pois não são sobreponíveis. Já III e IV
são a mesma estrutura, pois consegue-se sobrepô-las, girando uma delas em 180º.
Comparada a I e II, a estrutura III não tem relação objeto-imagem (estamos
desconsiderando arbitrariamente a estrutura IV). Dizemos que I e III (ou II e
III) são diasteroisômeros. A estrutura III é chamada mesocomposto.
Quando
os isômeros ópticos não correspondem a uma imagem especular entre si, são
chamados de diastereoisômeros. É o caso de isômeros com mais de um carbono
assimétrico diferente.
Também
podemos encontrar inatividade óptica, mas por compensação interna, nos
compostos com dois carbonos assimétricos iguais, caso dos mesômeros, cujo
exemplo mais tradicional é o do ácido 2,3-di-hidroxibutanodioico (ácido
tartárico), estudado por Pasteur.
As
formas 1 e 2 não são superponíveis, constituindo um par de antípodas ópticas. A
mistura equimolar dessas duas formas é racêmica (d-l).
A
forma 3 “construída” pela união da parte superior da forma 1 com a inferior da
forma 2 é opticamente inativa, uma vez que apresenta plano de simetria. Com
isso, a imagem especular de 3 é ela
mesma. A flecha acima da fórmula mostra que, trazendo o grupo COOH superior da
forma 4 para baixo, é possível superpor as duas fórmulas.
Dizemos
que a forma 3 ou 4 é inativa por compensação interna (na verdade, é a mesma
substância). Ela é chamada de ácido mesotartárico.
Isomeria
óptica em compostos que não apresentam carbono assimétrico
Atividade
óptica associada ao carbono assimétrico, ou quiral, é uma generalização que não
se verifica em algumas poucas substâncias ativas sem carbono assimétrico, por
exemplo, os cristais de quartzo (SiO2), o clorato de sódio (NaClO3)
e a inosita (ciclo-hexanoexol).
Principais
casos de isomeria óptica em compostos orgânicos sem carbono assimétrico:
1º)
Existem casos de isomeria óptica em compostos cíclicos cuja fórmula espacial é
assimétrica.
Quando
um composto de cadeia carbônica cíclica apresenta isomeria cis-trans, a
molécula do isômero trans é assimétrica, isto é, não apresenta plano de
simetria. Portanto, possui atividade óptica, apresentando dois isômeros, o
dextrógiro, o levógiro e também uma mistura racêmica.
O
isômero cis apresenta plano de simetria; portanto, é opticamente inativo.
2º) Os compostos
alênicos (derivados do propadieno) que são assimétricos apresentarão atividade
óptica:
Propriedades
dos isômeros ópticos
A
propriedade física que distingue os enantiômeros é o desvio do plano da luz
polarizada. As propriedades físicas densidade, temperatura de fusão,
temperatura de ebulição e solubilidade dos enantiômeros são iguais.
Observe
alguns valores de algumas propriedades físicas dos ácidos tartáricos.
As
propriedades químicas dos isômeros ópticos são idênticas quando eles reagem com
reagentes não quirais. Apenas em um ambiente quiral, eles apresentam
comportamentos químicos diferentes. Por exemplo, na presença de uma enzima quiral,
a reação de um isômero óptico pode ser catalisada, enquanto a reação de seu
enantiômero pode não ocorrer. Dessa forma, os efeitos fisiológicos dos isômeros
podem ser específicos. Nos seres vivos, as reações são enantiosseletivas,
devido à ação de enzimas.
Os
estereoisômeros podem apresentar atividades biológicas diferentes: um deles
pode ser muito ativo e o outro inativo ou fracamente ativo. As ilustrações a
seguir mostram como a orientação espacial de uma molécula é importante na
interação com o seu receptor biológico.
No
exemplo a seguir, somente o primeiro enantiômero possui a configuração correta
para o receptor: quando os grupos A estão em trans, a molécula não se “encaixa”
no sítio receptor.
Neste
outro exemplo, o grupo C do segundo enantiômero está em uma posição
desfavorável em relação à interação com o receptor.
Ola muito legal este site ...Gostaria de saber se o prosseço da Pirolise do plastico seria mesmo que o petroleo bruto ? terei que faser uma torre de destilação fracionada ... se com quantas bandeijas terei que colocar em uma mini torre de um metro e meio ...grato
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